

Outra das mais tradicionais publicações brasileiras acaba de mudar seu projeto gráfico: a revista
IstoÉ. Sempre considerada por muitos designers editoriais como o "patinho feio" das semanais brasileiras a
IstoÉ estreou na edição 2028 um projeto gráfico moderno e arrojado assinado pelo designer
Ricardo van Steen, sócio da agência de design
Tempo. Foi uma mudança radical e deixou a revista infinitamente mais bonita. Seguindo uma tendência iniciada no Brasil pela revista
Época, a
IstoÉ passa a valorizar a clareza nas páginas, apoiada numa tipografia mais limpa e moderna. Os brancos estão presentes em quase todas as matérias servindo como "respiro" para o leitor, algo adotado em peso pelas maiores revistas do mundo atualmente. Outra coisa interessante é a forma de se abrir seções com espécies de capinhas internas. Essa inovação, também muito usada nas grandes revistas estrangeiras, foi até alvo de algumas críticas quando adotada primeiramente pela revista
Época mas logo se provou ser uma excelente forma de guiar o leitor dentro da revista e, de quebra, ainda dá um ar de elegância a publicação. No caso da
IstoÉ esse recurso também foi muito bem usado e poderia até ser mais explorado em outras partes da revista, diferente da revista
Veja, por exemplo, que na
recente mudança de seu projeto optou apenas em abrir sua seção inicial dessa forma.
Capinhas internas: tendência gringa introduzida nas semanais brasileiras pela revista Época (1), timidamente usada pela Veja (2) e que agora também faz parte da nova IstoÉ (3)
Pontos negativos, na minha opinião, são o uso excessivo de caixa alta (letras maiúsculas) nos títulos, alguns degradês que definitivamente destoam da modernidade do projeto novo e muita interferência de requadros brancos nas fotos, que apesar de ser algo bacana, se torna poluidor quando usado exageradamente. Mas nada disso é comprometedor. O interessante nessa história toda e que sempre vale a pena ressaltar é a justa importância que o design gráfico editorial vêm recebendo no Brasil ultimamente. Ver revistas que eram graficamente monolíticas como
IstoÉ e
Veja se atualizarem é algo estimulante (mesmo que nessa última a mudança tenha sido muito mais sutil). Fica evidente que também no design editorial o nosso país está colocando o pé no primeiro mundo e certas "verdades", antes consideradas absolutas e inquestionáveis por aqui nesse quesito, vem caindo por terra graças a uma mudança de mentalidade editorial, hoje muito mais flexível e aberta a novas fórmulas. Parabéns a equipe de arte da
IstoÉ e aos diretores que bancaram essa mudança. Ganham vocês, ganha todo o mercado editorial brasileiro e principalmente o leitor, hoje muito mais antenado e ávido por novidades.
E que a busca por inovações gráficas não pare por aqui sempre perseguindo a
maior pluralidade de referências possíveis.

Mais branco: seção de cultura da IstoÉ agora com capinha e valorizando a limpeza visual assim como a sua correspondente, Mente Aberta, em Época. Quem disse que revista semanal de informação tem que ser feia?